SESC OSASCO
INÍCIO DO PROJETO
2013
CONCLUSÃO DA OBRA
24.736
M² CONSTRUÍDOS
Local: Osasco-SP
Data de inicio do projeto: 2013
Área total do terreno: 37.648 m²
Área total construída: 24.736 m²
Área total não construída: 28.448 m²
Projetado por: Drucker Arquitetura
Perspectivas: Puraar - Pugliese Rapp Arquitetos
PARTIDO URBANISTICO
Localizado na margem Oeste do Córrego João Alves, o novo edifício do SESC Osasco se apresenta como uma oportunidade para gerar uma nova leitura da geografia e da hidrografia de Osasco.
Ao longo dos seus 5,5km as bordas do córrego são suporte de inúmeros equipamentos públicos, aos que se soma perto da sua desembocadura no rio Tietê, o projeto em andamento da Operação Urbana Consorciada Bonfim-Tieté II, que prevê vários investimentos públicos e privados junto a um parque linear de escala metropolitana.
Porém o entorno imediato do córrego, especialmente a montante do SESC apresenta hoje um alto grau de deterioração física e ambiental, com assentamentos irregulares, pontos de entulho e lixo e falta de espaços qualificados, que comprometem seriamente a possibilidade da comunidade usufruir desse patrimônio natural.
O projeto do SESC propõe, junto à construção da nova sede a requalificação do córrego João Alves, mediante operações consistentes em modificações da geometria do viário, relocação das ciclovias, alargamento dos passeios, plantação de árvores em ruas significativas, implantação de sistema subterrâneo de cabeamento elétrico e redes, criação de áreas verdes e tratamento da nascente.
Paralelamente a estas operações deve ser verificado o sistema de esgoto nas margens do córrego para corrigir vazamentos e conexões irregulares e evitar assim a poluição das águas.
O SESC será o desencadeante de um processo de concepção da hidrografia como unidade físico-territorial de planejamento e projeto tomando como base a bacia do Córrego João Alves que poderá ser replicada em outros córregos da cidade, criando uma nova dimensão ambiental para Osasco.
PARTIDO ARQUITETÔNICA
O partido escolhido foi o de um edifício compacto, porém setorizado em volumes que distinguem visual e didaticamente as diversas atividades: 1. Convivência e atendimento ao público; 2. Artes Cênicas; 3. Ações Culturais e Sócio Educativas; 4. Atividades Físico-desportivas.
O projeto se estrutura em três patamares: um na cota 733.00, com a praça de acesso de pedestres à Av. Sport Clube Corinthians, principal acesso da região metropolitana; o segundo na cota 740.00, estrutura a circulação interna do SESC; o terceiro na cota 744.80, na Rua Hortência, atende o contingente populacional do entorno imediato e se constitui em um mirante para o bairro; a garagem e áreas de manutenção e depósitos se implantam na cota 730.00 de tal forma a não interferir com a conformação da topografia e as condições de drenagem do terreno.
A adoção de um edifício compacto favorece um menor uso do solo proporcionando a manutenção da máxima área possível da cobertura vegetal existe, assim como as árvores e os diversos patamares que constituem o terreno disponível. Conformou-se assim uma área não construída de 28.448 m², sendo que deles 17.092 m2 está conformado por área 100% permeável, o que constitui o 45.4% da área do terreno.
Levando em conta a topografia do terreno, fica claro que se trata de um vale com grande confluência de águas pluviais.
Acreditamos que a implantação do edifício deve não só respeitar as características do local, mas também valorizá-las. Neste caso temos a confrontação direta da edificação com o vale e suas áreas verdes que propiciam um belo trabalho paisagístico com vistas interessantes da avenida de acesso até para quem se encontra dentro do prédio.
A integração paisagem verde com o interior é intensa através dos panos de vidros duplos das fachadas Sudeste (que protegem dos ventos predominantes de maio a setembro) e na fachada Norte com panos de vidro e brises no saguão de interligação dos blocos.
As áreas de lazer e convivência orientam-se ao Norte aos efeitos de garantir o máximo aproveitamento solar. Ao Sul, estão as áreas de estudo, esportes, ensaios, garantindo boa iluminação sem incidência direta do sol.
Também adotamos um espelho d água na parte mais baixa do terreno que atua como reservatório de pluviais e, na cota inferior, uma planta de tratamento.
As coberturas de telhas metálicas termo acústicas zipadas sobre vigas metálicas de alma cheia foram utilizadas para consolidar os volumes no alto e também para vencer grandes vãos, satisfazendo a exigência de fechar uma quadra esportiva.
O restante da construção em concreto armado com lajes nervuradas prioriza grandes aberturas e generosas interconexões espaciais.
Não utilizamos subsolo neste terreno devido ao fato de sua conformação topográfica favorecer grande passagem de águas pluviais.
O parque aquático se localiza na cota 732.00, na fase Sul do terreno, para receber a maior quantidade de horas do sol durante os meses de setembro a abril.